A participação e o protagonismo do jovem podem ser incentivados por projetos educomunicativos, utilizando o rádio.
A dificuldade de comunicação impede a socialização do conhecimento. O verbo comunicar deriva do latim – communicare – e significa fazer saber; tornar comum; participar; estabelecer ligação; unir; ligar.
A falta de diálogo na escola é atribuída a uma série de fatores: falta de tempo ou mesmo de espaço físico para o encontro. Mas há também uma carência de abertura autêntica para o diálogo.
Assim, o principal objetivo de um projeto educomunicativo centrado no rádio deve ser melhorar a relação entre os sujeitos que atuam na escola e desta com a comunidade – promovendo a troca, a união, a comunicação.
A criação de uma rádio na escola deve, portanto, promover a participação crítica e igualitária dos indivíduos, permitindo que todos os segmentos possam se expressar, discutindo e refletindo sobre seus problemas, suas idéias e inquietações, mediando diálogos que nem sempre são possíveis face a face.
Poderemos, desse modo, construir uma rede comunicativa democrática onde as pessoas sejam respeitadas e reconhecidas pelas mais diversas potencialidades e competências.
Se considerarmos as ações que marcam as fases de desenvolvimento da criança – andar, falar, ler e escrever – podemos ver o rádio como uma grande aliada, por exemplo, no processo de alfabetização. Através da emissora escolar, crianças e adolescentes terão a possibilidade de aprender a falar publicamente desde cedo, vencendo a timidez e elevando sua auto-estima. Com isso, terão mais facilidade e criticidade na leitura e na escrita, bem como mais responsabilidade sobre o que falam e escrevem. Desenvolver a expressão oral dos alunos significa, portanto, favorecer o protagonismo juvenil, apostando nas novas gerações e investindo em cidadania.
Para ilustrar o que estamos falando, sugerimos uma visita ao site da Revista Viração um dos projetos apoiados pelo NCE-ECA/USP que tem por objetivo promover a emancipação dos jovens de forma criativa e responsável, estimulando a versão da linguagem oral em linguagem escrita e incentivando a liberdade de expressão.
Logo, ter como objetivo fomentar o protagonismo entre os jovens exige que repensemos nossos próprios valores e, principalmente, nossa postura frente a eles. Só assim conseguiremos criar – e é bem esta a palavra – criar – processos e procedimentos que redimensionem as relações entre a escola e a sociedade.
Veja o que jovens educomunicadores, participantes do projeto Educom.rádio, dizem ao se transformarem em protagonistas de sua própria história.
É nesse sentido que a educomunicação abre perspectivas de resultados práticos, como diz o Prof. Ismar de Oliveira Soares. Entre eles, podemos citar:
Caso você queira ouvir outros relatos e depoimentos que confirmem o que estamos dizendo, consulte o site www.usp.br/educomradio e ouça os inúmeros programas de rádio criados por alunos, professores e membros da comunidade escolar da Rede Municipal de São Paulo entre os anos de 2001 e 2004.
E se você começar a chorar emocionada(o), não tenha vergonha. Fique feliz! Você também pode fazer parte dos processos educomunicativos. (ES e SL)